A Amazon.com (NASDAQ:AMZN), potência do comércio eletrônico, raramente desapontou seus investidores fiéis. Em 21 de maio, suas ações atingiram a alta recorde de US$ 2.525, beneficiando-se da mudança de comportamento dos consumidores, que passaram a fazer compras online por causa da pandemia de covid-19.
De fato, ao longo dos últimos cinco anos, a ação gerou um retorno de 500%, superando em muito o desempenho do índice de referência S&P 500.
Durante essa jornada de alta, os investidores não pararam de se perguntar se essa gigante do varejo continuará registrando novas máximas nos próximos cinco anos. A pergunta mais relevante, no entanto, talvez seja: será que ainda é um bom momento para ter uma participação na Amazon?
A resposta tem a ver com o modelo de negócios da companhia e com a existência ou não de ameaças competitivas à sua ampla vantagem econômica.
Domínio do comércio eletrônico
O modelo de negócios da Amazon permite que a companhia expanda seu domínio do comércio eletrônico ainda mais no momento em que cada vez mais pessoas realizam compras pela internet. Um dos principais pontos fortes da Amazon é seu programa de fidelidade pago, um dos maiores do mundo.
Em troca de uma taxa anual, o Prime oferece entrega gratuita e rápida de uma série de itens. Os assinantes também têm acesso a streaming de filmes, programas de TV e música, além de ofertas exclusivas. Ao longo do tempo, o programa ajudou a atrair clientes que só usariam a Amazon para comprar livros e filmes, além de dar apenas uma olhada em outras categorias em estoque. Atualmente, o Prime possui mais de 150 milhões de assinantes pagos.
Embora o marketplace online da Amazon gere a maior parte da receita da empresa sediada em Seattle, não é o segmento mais lucrativo. A Amazon também é a maior fornecedora mundial de infraestrutura na nuvem, graças ao Amazon Web Services, responsável pela maior parte do lucro da companhia.
O AWS é um serviço de alta rentabilidade que permite que a Amazon financie suas estratégias de marketplace, inclusive promoções agressivas e aparelhos de hardware baratos.
Além da ampla vantagem competitiva da companhia no comércio eletrônico, seu CEO, Jeff Bezos, também está abrindo diversas áreas de crescimento além dos negócios de baixa rentabilidade de venda de produtos on-line. A área de anúncios digitais da Amazon, outro grande empreendimento de alta rentabilidade, está se expandindo a uma taxa de três dígitos.
Com o apoio dessas unidades extremamente rentáveis, a Amazon foi capaz de revolucionar diversos setores e pode continuar fazendo isso por um longo período.
A empresa também possui uma unidade de hardware que produz uma linha crescente de alto-falantes inteligentes e gadgets de streaming de vídeo. Sua divisão Amazon Studios produz filmes e programas televisivos originais e começou a desafiar a Netflix (NASDAQ:NFLX) e a HBO (NYSE:T).
No segmento de varejo físico, a Amazon tem mantido segredo em relação às suas ambições. A empresa adquiriu a rede de supermercados Whole Foods Market em 2017 e agora está construindo uma série de lojas de conveniência sem caixas registradoras.
Em nota recente, analistas da Barclays (LON:BARC) disseram que a Amazon ainda é uma das apostas mais inteligentes para os investidores, mesmo após seu robusto desempenho até agora em 2020.
“As ações sempre parecem estar um pouco confusas, mas no atual ambiente, daríamos preferência para a AMZN acima de tudo”, ressaltou a nota.
Riscos ao crescimento
Nenhum investimento está isento de riscos, o que também se aplica à Amazon. Apesar do seu extraordinário histórico em capturar novos mercados e assumir a liderança em cada um deles, a Amazon está agora enfrentando varejistas tradicionais que estão respondendo rapidamente às suas invectivas, ao expandir seus serviços de e-commerce, sem deixar de aproveitar sua enorme presença física.
Tanto o Walmart (NYSE:WMT) quanto a Target (NYSE:TGT) vêm crescendo bastante no comércio eletrônico – com um avanço anual de 30-40% – ao mesmo tempo em que suas lojas se tornam centros de reabastecimento, permitindo a realização de entregas no mesmo dia e retiradas no local.
No segmento de computação na nuvem, a Amazon está enfrentando forte concorrência da Microsoft (NASDAQ:MSFT), cujo serviço Azure está crescendo rapidamente. Entre os quarto trimestres de 2018 e 2019, a participação de mercado do Azure cresceu de 14,9% para 17,6%, de acordo com a Canalys. Durante o mesmo período, a participação do AWS caiu de 33,4% para 32,4%.
Nos últimos trimestres, a receita do Azure disparou 62% anualmente, contra um crescimento de receita de 34% do AWS. A Amazon também perdeu seu tão cobiçado contrato na nuvem JEDI do Pentágono para a Microsoft. O valor do serviço seria de US$ 10 bilhões nos próximos 10 anos.
Embora esses riscos não sejam insignificantes, é difícil encontrar um analista que recomende a venda da ação. Entre as 47 casas que cobrem o papel, 43 recomendam “compra” na Amazon, enquanto o resto recomenda manter a posição.
Resumo
Cabe a cada um determinar em que nível de preço estarão as ações da Amazon nos próximos cinco anos. Mesmo assim, não é difícil ver que não será fácil desafiar a posição de liderança da Amazon nas diversas áreas em que opera. Isso sugere que, para investidores de longo prazo, a ação é uma das apostas mais seguras no setor de tecnologia, com potencial de alta significativo.
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